quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Andador? Não!

A Sociedade Brasileira de Pediatria está em plena campanha pela proibição dos andadores para bebês. 
Os andadores oferecem grande perigo aos pequeninos.
Nele, a criança alcança uma velocidade incompatível com sua idade, podendo sofrer desde pequenas lesões até traumatismo craniano.
O andador não é necessário ao desenvolvimento da marcha. Pais, avós e tios muitas vezes presenteiam os bebês com andadores, acreditando que assim eles serão estimulados a andar. Isso é um mito.
Com o crescimento e o desenvolvimento neurológico, a criança adquire equilíbrio e melhor controle das pernas. Colocar a criança em um andador não acelera o seu desenvolvimento! Ela deve aprender a andar naturalmente.
Nos Estados Unidos, entre as décadas de 70 e 90, ocorreram mais de 30 óbitos de crianças relacionados ao uso dos andadores. No Canadá os andadores já são proibidos, e lá não só a comercialização como também o uso deles é sujeito a multa.
A campanha da Sociedade Brasileira de Pediatria vem em ótima hora.
Faça também a sua parte: andador não!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Cigarro definitivamente faz mal!

A mãe que fuma durante a gestação, tem risco aumentado de aborto, sangramentos e parto prematuro, entre outras complicações. O hábito de fumar prejudica a placenta, que é responsável pelo transporte de oxigênio e nutrientes no feto. Como consequência, o bebê nasce com baixo peso, em média com menos 500g do que deveria pesar.
O bebê que nasce de uma gestante tabagista, possui risco aumentado de morte súbita. No aleitamento materno, a criança recebe nicotina através do leite da mãe tabagista, podendo ocorrer intoxicação no bebê em função da quantidade de nicotina, com sintomas como agitação, vômitos, diarréia e taquicardia.
 
Filhos nascidos de mães fumantes, ao longo da infância, podem ter mais dificuldade de aprendizado, atraso no desenvolvimento da linguagem e problemas de comportamento, como hiperatividade, distúrbios de conduta e desatenção.
Após o nascimento da criança, os pais fumantes devem evitar fumar perto dos filhos, pois mesmo a exposição passiva pode predispor e piorar a asma, e pode também aumentar a incidência de infecções respiratórias. Em crianças de até um ano de idade que moram com fumantes, há maior prevalência de problemas respiratórios (bronquite, pneumonia, bronquiolite) em relação àquelas que não convivem com fumantes.O tabagismo passivo na criança, nos seus primeiros anos de vida, pode até dobrar o risco de asma.
São muitos os motivos para abandonar o vício. Mas, para pais e mamães e vovós esse motivo é ainda mais importante: a saúdes dos pequeninos! 

terça-feira, 3 de julho de 2012

A criança também pode ter "pressão alta"?

Sim, as crianças também podem ter hipertensão arterial, mais conhecida como "pressão alta".
Na maioria das crianças que têm hipertensão arterial, ela pode ser causada por uma outra doença já existente ou pelo uso prolongado de certos medicamentos.
Entre as circunstâncias causadoras da hipertensão arterial na criança encontramos, entre várias outras causas, por exemplo:
- infecções urinárias  e pielonefrite crônica (que podem causar “cicatrizes” renais, levando a hipertensão),
- doenças do coração ou doenças vasculares (coarctação da aorta, estenose de artérias renais, por exemplo),
- doenças renais agudas ou crônicas, doenças renais hereditárias ou congênitas,
- uso prolongado de medicamentos contendo corticóides,
- alterações hormonais (hipertireoidismo, por exemplo).
Existe também a hipertensão decorrente da obesidade, aliada ao sedentarismo e ao consumo excessivo de sal, que infelizmente vem crescendo entre as crianças e os adolescentes.
O diagnóstico é feito pela medida da pressão arterial, sendo necessário três ocasiões distintas de medida da pressão para confirmar a hipertensão. A pressão arterial adequada da criança depende do sexo, da estatura e da idade.

Quando confirmada a hipertensão arterial, deve ser feita a investigação da causa do aumento da pressão arterial, para então estabelecer o melhor tratamento.
A medida da pressão arterial é recomendada a partir dos 3 anos em todas as crianças, e antes disso se houver antecedente doença renal, cardíaca ou pulmonar, prematuridade ou baixo peso ao nascer.
Se o seu filho apresenta qualquer uma dessas condições, peça ao seu pediatra para medir a pressão arterial. A prevenção é sempre o melhor remédio!

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Proteção solar!

A exposição solar excessiva pode trazer danos à pele, como aquela conhecida vermelhidão, o envelhecimento precoce e o câncer de pele.

Mas o Sol também é necessário para que o nosso organismo possa produzir a vitamina D, indispensável para a saúde. Mas então, qual é o melhor horário? E qual deve ser o grau de proteção do filtro solar?
Os bebês até 6 meses têm a pele muito sensível. O banho de sol é recomendado por apenas 15 minutos diários, antes das 9h ou após a 16h (ou antes das 10h e após às 17h, no horário de verão). Os protetores solares não são recomendados, porque não foram fabricados para essa faixa etária, portanto, lugar de bebê é na sombra!
Para as crianças, existem os protetores apropriados para a pele infantil. O fator de proteção solar deve ser no mínimo 30, e os produtos na forma de creme ou loção permitem uma camada mais espessa e homogênea.  O horário recomendado também é antes das 9h ou após as 16h (ou antes das 10h e após às 17h no horário de verão).
O protetor solar deve ser passado 15 a 30 minutos antes da exposição solar, em rosto e corpo (de preferência antes mesmo da criança colocar a roupa de banho, para passar em todas “dobrinhas”). O protetor deve ser reaplicado a cada 2 horas, ou mesmo antes, se a criança ficar muito tempo na água, apresentar transpiração excessiva, ou secar-se com a toalha. Lembrar sempre de aplicar o protetor em áreas como dorso dos pés, pescoço, orelhas, que são facilmente esquecidos e tornam-se alvos frequentes de queimaduras.
Quando não se pode evitar o sol nos horários nocivos, devemos colocar nas crianças blusas e mesmo calças de tecidos leves de algodão. Use e abuse dos chapéus, pois cobrem o pescoço e as orelhas. As barracas devem ser de lona ou algodão, pois elas podem bloquear os raios ultravioletas em até 50% (as barracas de nylon não são adequadas, pois permitem a passagem de até 95% dos raios UV). Mesmo na sombra de uma barraca “adequada”, lembrar que a areia e a água funcionam como ”espelhos”, refletindo até 85% da luz solar. Portanto, a medida mais segura é sempre evitar os horários nocivos do sol!
Lembre-se sempre que hidratação é fundamental! Dê bastante líquidos às crianças: água, água de coco e sucos naturais ajudam a repor líquidos e sais minerais que o corpo perde no suor. Dessa maneira as crianças poderão aproveitar o melhor do verão!

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Pequenos cuidados no combate a Anemia.

A anemia por carência de ferro é o distúrbio nutricional mais prevalente no mundo. As crianças estão especialmente em risco pelas necessidades aumentadas de ferro para seu crescimento. Os fatores que podem agravar esse risco são:

- Prematuridade:
O bebê nasce antes do tempo adequado, com um “estoque” de ferro menor.
- Atraso na introdução dos alimentos após os 6 meses de idade:
A partir dessa idade o aleitamento materno exclusivo é insuficiente para suprir todas as necessidades do bebê.
- Introdução precoce do leite de vaca:
O ferro presente no leite materno é melhor absorvido pelo bebê do que o ferro presente no leite de vaca.
- Excesso de leite na alimentação e chás, principalmente no segundo ano de vida:
O excesso destes diminuem o apetite quando oferecido próximo do horário do almoço e jantar, além de diminuir a capacidade de absorver o ferro da refeição se ingeridos junto com ela.
 
 
Então o que podemos fazer no dia a dia?
- Incentivar o aleitamento materno.
- Introduzir os alimentos recomendados pelo pediatra após o sexto mês de vida.
- Não oferecer chás ou leite junto das refeições (almoço ou jantar) ou próximo ao horário delas. Se a criança solicitar líquidos junto às refeições, preferir os sucos naturais.
Se mesmo com esses cuidados a criança estiver com anemia, fale com seu pediatra!

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O que é Nefrologia Pediátrica?

Nefrologia Pediátrica é a especialidade clínica que atende às crianças com doenças do trato urinário. O trato urinário é composto, de uma forma simplificada, pelos rins, ureteres, bexiga urinária e uretra. As doenças do trato urinário podem se manifestar como infecções urinárias, aumento da pressão arterial, incontinência urinária ou dificuldade para urinar, eliminação de sangue ou perda de proteínas na urina, e até mesmo baixa estatura. A criança é encaminhada ao Nefrologista Pediátrico, pelo Pediatra ou pelo Neonatologista, quando apresenta algum exame alterado do trato urinário ou quando apresenta sinais e sintomas indicativos de alguma anormalidade. O Nefrologista Pediátrico, com as informações dadas pelos pais e com o exame físico da criança, auxiliado por exames laboratoriais e exames de imagem, pode estabelecer o diagnóstico e o tratamento. Conforme cada caso, esse tratamento é acompanhado de modificações do estilo de vida e de medidas preventivas.
Então, quando procurar o especialista em Nefrologia Pediátrica?

- se a criança vai ao banheiro a intervalos muito curtos e a todo o momento,
- se o jato do “xixi” é entrecortado e fraco,
- se o “xixi” produz espuma,
- se apresenta sangramento ou partículas visíveis na urina,
- se a criança teve infecções urinárias,
- se apresenta dor ou ardência ao fazer “xixi” mesmo após o tratamento de uma infecção urinária,
- se a criança tem pressão arterial elevada para a sua idade,
- se a criança tem um rim único,
- se a criança tem mielomeningocele, e
- se na família há antecedente de cistos nos rins ou doenças renais de transmissão hereditária.

Se os pais notarem essas alterações, devem levar a criança ao especialista em Nefrologia Pediátrica!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Quando o Refluxo Gastroesofágico do bebê vira doença?

Refluxo Gastroesofágico (RGE) é a denominação dada para quando o conteúdo alimentar, que já está no estômago, retorna passivamente para o esôfago. Isso acontece naturalmente após uma refeição, com episódios de curta duração, por vezes culminando em regurgitações, sendo chamado Refluxo Gastroesofágico fisiológico.


Quando esses episódios ocorrem com maior frequência e duração aumentada, eles podem provocar regurgitações excessivas, vômitos, perda de peso e crises de tosse, determinando a Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE). Esses sintomas são causados pelo contato frequente do conteúdo ácido, refluído do estômago, com o esôfago, através de um esfíncter esofágico inferior ainda imaturo nos bebês (veja ilustração).

Nos casos mais severos, nos bebês com poucas semanas de vida, a DRGE pode levar a emergências médicas como crises de apnéia (interrupção momentânea da respiração), bradicardia (lentificação transitória dos batimentos do coração) e cianose (estado em que há diminuição do oxigênio circulante, tornando a pele de coloração cinza-azulada). 


Por vezes, é difícil para os pais perceberem quando a regurgitação excessiva é um sinal de preocupação. Bebês saudáveis regurgitam normalmente nos primeiros meses de vida (mais de 60% entre 2 e 4 meses de idade), e gradativamente apresentam melhora espontânea com o crescimento, com apenas 5% deles mantendo a  regurgitação em torno de 1 ano de idade.  Por isso, não fique com duvidas, consulte seu pediatra!


sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O que é Puericultura?

Derivado do latim puer, pueri, significa criança.  O termo puericultura foi utilizado pela primeira vez em um tratado escrito pelo suíço Jacques Ballexserd em 1762.  Após ser difundida na Europa como pratica médica, em meados de 1890 a puericultura chegou ao Brasil.

Então, de que trata a puericultura?
A puericultura é a área da pediatria que tem por objeto a atenção ao crescimento, desenvolvimento físico e motor, linguagem, afetividade e aprendizagem cognitiva. Ela não só avalia cada um desses aspectos, como também observa como a criança se utiliza deles para se relacionar com as pessoas a sua volta.
Com a puericultura é possível detectar problemas precocemente, estabelecer diagnóstico de falha ou atraso do desenvolvimento em áreas específicas e intervir positivamente diante das alterações que surgirem.

“Até meados do século retrasado, não era mais do que um conjunto de noções e técnicas sobre cuidados de higiene, nutrição e disciplina de crianças pequenas, que era passado de mãe para filha ao longo dos tempos; logo, repleto de mitos e tabus. Foi, então, apropriada pela pediatria, que tratou de transformá-la gradativamente em uma ciência verdadeira, com aplicações muito mais amplas e abrangência etária bem maior”. D Blank

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Onde está o meu Pediatra?

Quanto mais o pediatra conhece a criança e sua família, melhor e mais efetivo ele será.
É importante que esse vínculo seja estabelecido e que a criança tenha acesso ao pediatra quando surgirem imprevistos (afinal ninguém fica doente com hora marcada...). Mas para que isso aconteça duas coisas são necessárias:
Primeiro, que a criança seja levada às consultas de rotina.
Segundo, que pronto socorro seja um recurso apenas para situações de urgência e emergência.

Como responder no pronto socorro a perguntas como: "Dra, meu filho está com o peso adequado?" ou "Dra, devo colocá-lo na escolinha?". Certamente quem melhor responde essas perguntas não é aquele médico que está lá de plantão, e sim aquele que pode acompanhar no consultório o crescimento e desenvolvimento da criança ao longo do tempo. Aí está o seu pediatra!

"A mais poderosa tecnologia diagnóstica disponível para o pediatra é avaliação clínica: o processo de observar a criança, a tomada da história e a execução do exame físico." Paul L. McCarthy